• 03 JAN 15
    Tratamento Preventivo

    Tratamento Preventivo

    Infelizmente, até o momento, não existem tecnologias disponíveis que permitam prevenir todos os tipos de câncer. Alguns deles não têm sequer como serem identificados e diagnosticados antes do aparecimento dos sintomas, mas muitos podem ser prevenidos ou identificados em fases iniciais, quando são mais facilmente curáveis.

    A prevenção é um dos passos mais importantes para evitar a incidência de câncer. Não fumar, ter uma boa dieta e fazer atividade física regularmente são cuidados que reduzem os riscos de desenvolver os cânceres mais comuns. Os principais fatores de risco são:

    1 – TABAGISMO

    Existem aproximadamente 4.720 substâncias na fumaça dos derivados do tabaco, o que torna o ato de fumar responsável por cerca de 50 doenças, incluindo o câncer. O fumo é o mais importante fator de risco para o câncer de pulmão. As estatísticas mostram o problema por trás da fumaça:

    • 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora).

    • 25% das mortes causadas por doença coronariana (angina e infarto do miocárdio).

    • 45% das mortes por infarto agudo, abaixo dos 65 anos.

    • 85% das mortes por bronquite crônica e enfisema pulmonar.

    • 25% das doenças vasculares, como derrame cerebral.

    • 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos).

    • 30% das mortes por outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago,

    pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero e leucemia).

     

    2 – HÁBITOS ALIMENTARES E ATIVIDADES FÍSICAS

    A alimentação adequada, o controle do peso e a prática regular de atividade física podem ser capazes de prevenir 30% dos casos de câncer no Brasil.

    Alimentação

    O consumo de alimentos com alta densidade energética aumenta no Brasil e no mundo e, provavelmente, causa a obesidade. Esses alimentos têm mais de 225 calorias por 100g. Refrigerantes e refrescos, biscoitos recheados, alimentos do tipo fast food e semiprontos estão na lista.

    Já a carne vermelha deve ser consumida apenas duas vezes na semana, em torno de 300g (dois bifes), devido ao elevado teor de gordura. É preciso retirar a gordura e dar preferência aos ensopados, cozidos e assados. Com relação às carnes grelhadas, a exposição da proteína à alta temperatura pode formar substâncias cancerígenas. No caso do churrasco, o contato da gordura com a superfície aquecida também pode formar outras substâncias ruins.

    Há alimentos que contêm agentes cancerígenos na composição e devem ser evitados. É o caso das carnes processadas, defumadas, curadas ou salgadas (carne de sol, charque e peixes salgados), que além do sal em excesso, são expostas ao alcatrão, o mesmo da fumaça do cigarro.

    Os embutidos como salsicha, linguiça, mortadela e salame têm conservantes que se transformam no organismo em outras substâncias.

    Para alcançar as recomendações diárias de nutrientes e substâncias protetoras é preciso aumentar o consumo de alimentos naturais. Consumir frutas variadas e hortaliças sem amido, pelo menos cinco vezes ao dia, é uma das recomendações do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

    As frutas e as hortaliças são ricas em fibras e substâncias antioxidantes, consideradas de proteção contra o risco da maioria dos tipos de câncer. As fibras aceleram a passagem do bolo alimentar, diminuindo o tempo de permanência de substâncias cancerígenas no organismo. Já as substâncias antioxidantes protegem contra os danos celulares causados por radicais livres, que podem ativar a formação de tumores.

    Atividade Física

    Faça 30 minutos diários de atividade física, leve ou moderada. A atividade física protetora consiste na iniciativa de se movimentar, de acordo com a rotina de cada um. Você pode, por exemplo, trocar o elevador pelas escadas, levar o cachorro para passear, cuidar do jardim, varrer a casa, caminhar ou dançar. Use a criatividade!

    3 – ALCOOLISMO

    O uso combinado de álcool e cigarro aumenta o risco de cânceres da boca e de esôfago e em outras localizações, como a faringe e a laringe supraglótica. O consumo de bebida está ligado aos cânceres de fígado, reto e, possivelmente, mama. Entre 2 a 4% das mortes por câncer são relacionadas ao alcoolismo, que também pode causar cirrose hepática, em interação com outros fatores de risco, como o vírus da hepatite B.

    Os estudos têm demonstrado que o tipo de bebida é indiferente, pois o agente agressor parece ser o álcool. Muitas doenças são causadas pelo uso contínuo do álcool, como as neurais, mentais, musculares, hepáticas, gástricas, pancreáticas e o câncer.

    Para a prevenção de câncer não foram identificados níveis seguros de consumo. As evidências justificam a recomendação para se evitar as bebidas alcoólicas, principalmente para mulheres grávidas e crianças.

    4 – HÁBITOS SEXUAIS

    A falta de higiene, o início precoce da vida sexual, a variedade de parceiros e a promiscuidade estão relacionados a um maior risco de câncer do colo uterino.

    A camisinha é fundamental para o sexo seguro e ajuda a evitar tipos de vírus como:

    • O herpesvírus tipo II e o papilomavírus (HPV), relacionados ao câncer do colo uterino.

    • O HIV (Human Immunodeficiency Virus), que associado a outros tipos, como o citomegalovírus e os herpesvírus I e II, pode desencadear o aparecimento de sarcoma de Kaposi, câncer de língua e de reto, respectivamente, em pacientes portadores de AIDS.

    • HTLV-I, associado a leucemias e ao linfoma de linfócitos T.

    • O vírus da hepatite B, relacionado ao câncer de fígado.

    5 – FATORES OCUPACIONAIS

    Estudos mostram que de 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais no trabalho, como fumo, sol, vírus, substâncias químicas e físicas.

    A exposição aos problemas está relacionada a partes do corpo ligadas à absorção (pele, vias digestivas, respiratórias superiores e inferiores), acumulação (tecido adiposo) e eliminação (aparelho urinário). Isso explica a maior frequência de câncer de pulmão, pele e bexiga nos casos relacionados aos fatores ambientais.

    A prevenção deve abranger:

    • A remoção da substância ou agente cancerígeno dos locais de trabalho.

    • Evitar a exposição, acompanhada da eliminação gradual do uso das substâncias.

    • Uso restrito para determinadas atividades com a adoção de níveis mínimos de exposição,

    associados ao monitoramento ambiental cuidadoso e redução da jornada de trabalho.

    • Instalação de filtros industriais para impedir a liberação de substâncias cancerígenas resultantes de processos industriais para a água, ar e solo.

    6 – RADIAÇÃO SOLAR

    No Brasil, assim como no mundo, o câncer mais frequente é o de pele, correspondendo a cerca de 25% de todos os tumores diagnosticados. A radiação proveniente do sol é a maior causa.

    As pessoas que se expõem ao sol de forma prolongada e frequente, por atividades profissionais e de lazer, constituem o grupo de maior risco de contrair câncer, principalmente as de pele clara.

    Assim, é fundamental não se expor sem a devida proteção.

    Grandes altitudes requerem cuidados extras. A cada 300 metros, aumenta em 4% a intensidade da vermelhidão produzida na pele pela luz ultravioleta. Na areia branca, na neve e nas superfícies pintadas de branco, refletoras dos raios, os cuidados devem ser redobrados.

    Os filtros solares reduzem os efeitos da radiação, mas nem todos oferecem proteção completa. Além disso, quando suprimem os sinais de excesso de exposição ao sol como as queimaduras, fazem com que as pessoas se exponham às radiações que eles não bloqueiam, como a infravermelha, criando falsa sensação de segurança.

    É importante lembrar que o fator de proteção varia com a espessura da camada de creme aplicada, a frequência da aplicação, a transpiração e a exposição à água. É recomendado que sejam usados filtros com FPS de 15 ou mais, e que protejam contra os raios UV-A.

    Fonte: INCA e Fundação do Câncer

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